domingo, 17 de novembro de 2013

ISON tem o núcleo fragmentado

   A ruptura do núcleo do cometa ISON foi confirmada após o processamento de uma imagem. Pela mesma, observa-se que existem 2 grandes fragmentos.

   Agora já se sabe a causa do aumento repentino do brilho do cometa, que se tornou visível a olho nu rapidamente, em questão de dias.

   A imagem foi tomada por Jean-Francois Soulier na manhã do dia 16 desse mês, entre 5h00 UT e 6h00 UT, e o processamento foi feito pelo Toni Scarmato.


   Essa imagem confirma a ruptura antes detectada numa imagem de Bruce Gary, do dia 14.

   Com a fragmentação do núcleo, fica bem mais difícil de o ISON sobreviver ao periélio, ou até mesmo chegar até lá. Caso sobreviva, será um enorme feito...

sábado, 16 de novembro de 2013

Como localizar e fotografar o ISON

   À medida que o cometa ISON  se aproxima do Sol, seu brilho e sua cauda aumentam, propiciando belas imagens, ricas em detalhes.
   Agora que já é visível a olho nu, fica bem mais fácil localizá-lo para fotografar. 
   Aqui vão algumas imagens:


Damian Peach, 15/11/2013


Waldemar Skorupa, 16/11/2013

   Essas fotos só tem esses detalhes porque foram tiradas com telescópio, mas também é possível fotografá-lo com câmeras, deixando com pouca exposição, como essa foto tirada no Japão:

Noriaki Tanaka, 16/11/2013


   Agora, onde ver ele, quando ele aparece, como tirar foto sem telescópio?
   Primeiramente, você terá que ter um apoio para sua câmera, e é bom que se use um tripé, como esse:


   Antes de comprar um, veja se sua câmera tem entrada para encaixe do tripé. Se não tiver, terá que deixá-la apoiada em algum lugar, com risco de mexer ou até cair.
   O cometa está aparecendo no leste depois das 4h, antes do nascer do Sol. Atualmente, aparece próximo à estrela Spica, que é uma boa referência para encontrá-lo. Lembrando que ainda não se vê grande coisa, não está tão brilhante ainda. É visível até a luz do Sol ofuscá-lo.
   Se você não tem telescópio, pode facilmente registrá-lo com uma câmera semi profissional, basta usar o zoom desejado e deixar as configurações corretas. Não use muito zoom, pois o tempo de exposição que você for usar pode deixar ele "riscado", assim como as outras estrelas. Deixe o ISO mínimo da sua câmera, no caso da minha, é 100. A abertura vai depender da luz no céu, se estiver claro, use maior, se estiver escuro, use uma abertura menor. Lembrando que você tem que usar no modo manual, senão essas configurações não serão possíveis. Quanto à exposição, vai depender do zoom, que tem que ser óptico. Novamente, não use muito, pois quanto mais zoom, menor terá que ser o tempo de exposição. Usem pelo menos 2 segundos.
   Aproveitem as dicas e boa sorte!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Cometa pode estar entrando em outburst

     Alguns relatos interessantes têm surgido , e parece que algo diferente pode estar acontecendo com o cometa ISON. No grupo de bate-papo "cometas ml", Emmanual Jehin, da Universidade de Liege, está relatando um outburst no cometa ISON, resultando em taxas de produção que são o dobro do que era no dia anterior. (O termo "taxa de produção" refere-se à quantidade de diferentes materiais, como H2O, CO2, etc, que estão sendo liberados a partir da superfície do cometa).
   Imagens recentes estão mostrando estruturas realmente agradáveis ​​na cauda do cometa. Alguns desses podem ser provenientes de explosões ou jatos, mas o mais provável é que estamos começando a ver a interação com o vento solar. Essa interação é realmente muito evidente em esta imagem , onde parece bastante óbvio que temos um pequeno evento "desconexão" na cauda.
     É muito cedo para tirar quaisquer conclusões aqui. Os relatórios são um pouco anedóticos, e até chegar mais dados de instrumentação científica,  não podemos chegar à frente de nós mesmos. Mas isso soa como algo que está acontecendo, e que poderia ser um de um par de coisas.
     Uma das críticas de longa data do ISON é que ele não tem brilhado tanto ou tão rapidamente, como as pessoas pensavam que seria e deveria, e exibiu um comportamento bastante brando. Pode ser que o cometa agora simplesmente, finalmente," ligue ". Afinal, ele está agora a apenas 0.66ua (61.000.000 mi, 99.000 mil km) do Sol, e se é para atingir as baixas magnitudes negativas no periélio, como nós sempre pensamos que seria, então ele precisa começar a clarear por uma ordem ou duas magnitudes na próxima semana. Então, isso poderia ser realmente uma grande notícia, e indicam que realmente vai ter um bom cometa brilhante em nossas imagens das sondas solares em um par de semanas!
     Por outro lado, esta explosão relatada poderia ser uma má notícia. A núcleo pode ter interrompido ou fragmentado, ou uma fratura grande apareceu na superfície, levando a um derramamento maciço de voláteis. Nesse caso, o cometa provavelmente vai iluminar muito rapidamente nos próximos dias com uma cada vez maior coma poeira ao seu redor e, em seguida, começar a desaparecer. Possivelmente seria simplesmente desaparecer completamente nesta situação, apesar de alguns cometas fazer explosão e, em seguida, voltar a níveis mais normais.
     Se não já é óbvio ...não temos ideia do que o ISON está fazendo agora, ou o que ele vai fazer nas próximas semanas. Nós simplesmente pedimos a todos que podem, sair para observá-lo enquanto puderem. O crepúsculo está começando a invadir, e sua janela de observação pré-periélio está ficando muito curto. Para terminar com uma nota alta, aqui está outra imagem de cair o queixo de Michael Jaeger.




Dica de observação com telescópios

     O astrônomo Ignacio Ferrin, da University of the Andes, Venezuela, sugere dobrar ou triplicar a distância focal do telescópio e usar curtas exposições, da ordem de segundos, para detectar o interior da região do coma. Estas observações são cruciais para detectar qualquer fragmentação do núcleo.


Fonte: CIOC

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Hubble registra cometa ISON intacto

   A nova imagem do cometa ISON sugere que o cometa está intacto, apesar de algumas previsões de que o núcleo gelado frágil pode se desintegrar com o Sol aquecendo-o. O cometa vai passar mais próximo do Sol em 28 de novembro.



   Esta imagem do telescópio espacial da NASA, Hubble, foi tomada dia 9 de outubro, o núcleo sólido do cometa não é visto, porque é pequeno . Se o núcleo tivesse se partido, provavelmente o Hubble teria evidência, registrando vários fragmentos.

   Além disso, o coma ou a cabeça em torno do núcleo do cometa é simétrica e suave. Isso provavelmente não seria possível caso os conjuntos de fragmentos menores estivessem voando . Além do mais, um jato polar de poeira visto pela primeira vez em imagens do Hubble, tiradas em abril, não é mais visível e pode ter parado.

   Esta cor composta na imagem foi montada utilizando dois filtros. O coma do cometa parece turquesa, uma cor azul-esverdeada devido ao gás, enquanto a cauda é avermelhada devido ao pó que flui fora do núcleo. A cauda é formada pelas partículas de poeira que são empurradas para fora a partir do núcleo, pela pressão da luz solar. O cometa adentrou a órbita de Marte e estava a 177 milhões de milhas da Terra quando foi fotografado. O cometa ISON está previsto para fazer sua maior aproximação à Terra em 26 de dezembro, a uma distância de 39.900 mil milhas.

   Crédito: NASA , ESA, e Hubble Heritage Team (STScI / AURA)

terça-feira, 15 de outubro de 2013

ISON deve sobreviver ao periélio

   No início deste mês, o cometa, descoberto em setembro do ano passado, passou pela órbita de Marte, nesta que é sua primeira viagem pelo interior do Sistema Solar. Isso gerou a expectativa de que o ISON poderia vir a ser o “cometa do século”, já que teria o potencial de ficar muito brilhante a medida que seu material evaporasse e criasse a coma (cabeleira) e cauda típicas destes objetos.

Foto do cometa ISON tomada pelo telescópio espacial Hubble

   De acordo com cálculos feitos pelos astrônomos Matthew Knight e Kevin Walsh, publicados em artigo no periódico “The Astrophysical Journal Letters”, o ISON seria grande e denso o bastante para não ser totalmente incinerado ou fragmentado ao passar tão perto do Sol. Segundo eles, observações feitas pelo telescópio espacial Hubble e outros instrumentos sugerem que o núcleo do cometa tem entre 1 e 4 quilômetros de diâmetro, o que o põe bem além do limite para a evaporação total de cometas vistos em periélios semelhantes, de 200 metros.

   Já os dados sobre a densidade do ISON são muito escassos. Ainda assim, Knight e Walsh afirmam que, se ela for parecida com a da maioria dos cometas, seu núcleo não será destruído pelas forças de maré gravitacional do Sol..

   Relembrando, dia 28 de novembro o cometa vai passar a apenas 1,2 milhão de quilômetros da superfície do Sol, o que implica numa chance grande de incineração ou fragmentação do núcleo do mesmo.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Localização do cometa ISON na semana

   Espero sempre trazer atualizações semanais desse tipo, mas não garanto muito, não tenho muito tempo.
   Aqui na imagem você pode ver a localização do cometa C/2012 S1 de sábado até sexta-feira, estando dentro do círculo vermelho. O outro ponto que muda de lugar é o planeta Marte.
   Para referência, caso queira fotografar o cometa, use Marte e Regulus, usando um traço imaginário. Fica bem mais fácil assim! Uma dica bem simples e importante.



quarta-feira, 2 de outubro de 2013

ISON passa próximo a Marte e amanhã ultrapassa a órbita do Planeta Vermelho

   O cometa C/2012 S1 ISON completou na terça-feira a primeira das aproximações dentro do Sistema Solar e chegou a apenas 10 milhões de quilômetros do planeta Marte. Agora, ruma para o momento mais dramático dessa jornada: o tórrido encontro com o Sol.

Imagem tomada pelo Remanzacco

   Em sua rápida passagem pelas proximidades do Planeta Vermelho, ISON foi fotografado por todas as sondas que orbitam o planeta e também pelo jipe-robô Curiosity, que prospecta o solo marciano. Foram feitas diversas imagens e coleta de dados, tanto por artefatos estadunidenses como europeus e provavelmente até o final da semana já teremos imagens próximas do cometa.

   ISON se aproximou do Planeta Vermelho a 32.9 km/s, ou mais de 118 mil km/h, e à medida que ruma em direção ao Sol sua velocidade aumenta ainda mais. No dia da aproximação máxima, em 28 de novembro, a velocidade deverá atingir nada menos que 377 km/s, ou 1.36 milhão de km/h. Para se ter uma ideia, isso é 0,13% da velocidade da luz e daria para fazer uma viagem de São Paulo à Nova York em menos de 20 segundos.

   Se o cometa seguir exatamente o que é previsto pela mecânica celeste, deverá contornar o Sol e seguir seu rumo para dentro do Sistema Solar, deixando para trás uma a trilha fragmentos que encontrará a Terra nos dias 14 e 15 de janeiro de 2014, provocando uma pequena chuva meteoros.

   No entanto, as estatísticas mostram que cometas como ISON raramente conseguem contornar a estrela. ISON é um cometa pequeno, com núcleo de aproximadamente 5 km de diâmetro. Isso pode resultar na pulverização total do cometa antes da aproximação máxima.

   Outra possibilidade é que ISON se rompa pela atuação das forças de maré geradas antes de atingir o periélio. Isso poderia criar um verdadeiro espetáculo, similar ao que ocorreu antes do cometa Shoemaker-Levy 9 atingir o planeta Júpiter em julho de 1994.

   A partir de agora começa mais uma parte do show. Tudo pode acontecer com o ISON e a maior aproximação com o Sol e a posição favorável no céu vão proporcionar imagens cada vez mais impressionantes!


   Na imagem acima você pode ver três imagens diferentes do coma interior de ISON. O primeiro painel do lado esquerdo é um filtro de Larson-Sekanina. Na elaboração painel do meio com o filtro MCM , é criado um coma artificial, com base na fotometria da imagem original, e subtrai a própria imagem original, a fim de destacar as zonas internas do brilho diferente, que estão muito próximos do núcleo interior, e que seria normalmente escondido da luz difusa do cometa. Enquanto o último painel da direita é a elaboração com filtro VM - 1 / r , subtração do coma teórico.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Cometa ISON se aproxima de Marte e revela jato de gases

   Nesta terça-feira, o cometa C/2012 S1 ISON fará sua primeira aproximação de um planeta dentro do Sistema Solar, que será Marte. Mais perto do Sol, o cometa já mostra uma atividade mais forte e algumas imagens recentes apontam para a existência de um pequeno jato de gás em desenvolvimento.
   Às 14h28, horário de Brasília, dessa terça-feira, ISON terá seu primeiro encontro importante dentro do Sistema Solar. Nessa hora o cometa passará a 10.8 milhões de km do Planeta Vermelho e provavelmente será capturado pelas câmeras dos jipes-robôs que exploram a superfície marciana e também pelas sondas que prospectam o planeta desde sua orbita.
   Apesar de não ser uma distância tão pequena, essa é a primeira seção de fotos do cometa por lentes tão próximas. De acordo com o calendário das agências espaciais, estão programadas observações com o instrumento HIRISE, da sonda estadunidense MRO e também múltiplas observações com os experimentos a bordo da europeia Mars Express, entre eles registros de cenas em alta resolução e espectrometria em diversos comprimentos de onda.
   As observações feitas com o telescópio espacial Hubble já foram suspensas devido à grande aproximação angular com o Sol. Essa medida é automática e necessária para evitar danos irreparáveis ao telescópio. Para que o Hubble fosse apontado para ISON seria necessária a reprogramação do equipamento, de modo a desativar o sistema de proteção.
   Aqui na Terra, diversos observatórios estão em plena campanha de observação, mas as imagens mais interessantes e emblemáticas continuam sendo registradas pelos astrônomos amadores. Uma das cenas mais intrigantes foi feita recentemente pelo amador Toni Scarmato, de Bolonha, na Itália.


   Scarmato tem estudado o cometa quase que diariamente e nos últimos registros detectou o que parece ser um pequeno jato de gás sendo ejetado do núcleo do cometa, provavelmente causado pela maior atividade verificada desde que ISON atravessou a linha de congelamento e iniciou um processo mais intenso de sublimação, quando o gelo passa diretamente do estado sólido para o gasoso.
   Esperamos boas imagens vindas de Marte. Terça-feira será um grande dia para a observação do cometa!

domingo, 29 de setembro de 2013

Inauguração do blog

   Hoje, 29 de setembro de 2013, a página "C/2012 S1 Ison - C/2011 L4 Panstarrs" está completando 1 ano de existência. E para comemorar, decidimos criar um blog, onde os leitores pudessem ter mais conteúdo, e mais facilidade para encontrar o que deseja.
   
   O blog nada mais é do que uma extensão da página, e o nosso objetivo é deixar vocês cada vez mais atualizados sobre o cometa, que todos esperamos, seja um espetáculo nos céus do fim desse ano e começo de 2014.

  Há um ano eu fiquei sabendo do cometa e do potencial que o C/2012 S1 poderia ter e me interessei bastante. Queria que mais pessoas soubessem, então decidi contribuir criando uma página. E há um ano era bem diferente. A página era chamada C/2012 S1 (ISON), mas mudei para cobrir a passagem do C/2011 L4 PanSTARRS também.

   E o que era um pontinho com magnitude +18 agora já se mostra um belo cometa, com magnitude chegando a +10 e nos propiciando belíssimas imagens, como essa abaixo, tomada ontem pelo Rolando Ligustri.


   Todos nós da página desejamos que o cometa cumpra com as nossas expectativas e dê um belo show.

   Aproveitem o blog, foi feito pensando em vocês! Se possível, repassem ele para seus amigos, vamos elevar a abrangência do blog...